terça-feira, abril 25, 2006

Tu és...

Acordei a pensar como te poderia descrever...

Não é fácil!

Sinto tanto esta "coisa" que me invade! Que os sentimentos atropelam as palavras, atropelam o pensamento...

Sinto tanto o que se passa entre nós!

Todos os fios de ouro que entrelaçam a nossa estória... todos eles, apagam os momentos difíceis que vivemos. Não há nada que possa fazer para apagar tudo isto que sinto! Sinto! E ponto.

Tudo começou há uns 7 anos atrás...

Vi-te pela primeira vez em casa dos nossos amigos, estavas no início de uma fase complicada da tua vida - foi o que me disseram, olhando com ternura para o teu filho de três anos - um caminho destrutivo de auto-flagelação, de negação e afastamento de tudo o que pudesse implicar mais do que apenas um contacto efémero...

Falámos horas a fio, brincámos os três... tudo parecia fazer sentido, tu e eu, e ele... mas era cedo, tinhas ainda um caminho a percorrer... e eu também.
Mas o teu olhar terno, doce, meigo, ficou desde essa altura gravado para sempre no meu coração, na minha alma, no meu pensamento! O toque de outro modo inconsequente das nossas mãos, transformou-se em presságio...

Encontramo-nos um tempo depois, por acaso, entre amigos, e trocámos olhares comprometidos por entre nuvens de fumo e luzes baixas...

Passou o tempo, correu a vida, e dois anos mais tarde voltámos a encontrar-nos, no mesmo sítio, e, quem sabe... à mesma hora... e nesse momento esqueci-me de quem me tinha acompanhado (fiquei depois com uma culpa imensa, mas na verdade foi mais forte que eu...)... e falei contigo toda a noite, sedenta que estava das tuas palavras, e como dois apaixonados voámos dali para ficarmos envoltos naquela bolha de ar puro que só nós respirámos!

E só voltámos a ver-nos um ano, e muitas vidas, depois...

Encontro marcado na praia - depois de ter ido ouvir-te tocar, de ver o brilho dos teus olhos reflectir as luzes do palco, um terno olhar de criança no fundo dos teus olhos, e cada acorde que saía das tuas mãos vibrar em ti... vibrar em mim, e ficar envolta numa névoa de paixão... - E na praia, de novo, saímos, num voo quase autista, para dentro da nossa bolha. Não dei pelo passar do tempo, pelo Sol quente que brilhava no céu, pela brisa de fim de tarde, mas subitamente era hora de voltar para casa....

Uma semana e muitos, muitos sms depois convidaste-me para jantar. E de novo o tempo escorreu entre os nossos dedos entrelaçados num só. Devorámos as palavras numa identificação com pensamentos e sentires... e para sempre os traços do teu rosto, do teu olhar, ficaram gravados em mim! Começou assim...

Passou o tempo... e a cada nota que me mostravas sentia cada vez mais orgulho em ti, em quem és, no que fazes, nas tuas paixões... na forma como vives, como sentes, como vês o mundo... como saboreias cada instante de vida... no adolescente que trazes dentro de ti, que luta com o adulto que és, com os sonhos que tens...

E mesmo quando as sombras desceram sobre nós não deixei de sentir contigo, de acreditar em ti, de sentir uma felicidade imensa com os teus sucessos, de ver a criança no fundo do teu olhar quando encontras um instrumento novo, quando ouves uma música que te faz arrepiar por dentro, quando partilhas cada instante, cada pedaço de quem és... do teu sorriso meigo, e triste, quando olhas para mim na procura de compreensão, de entendimento... Sofro com cada respiração que prendes num suspiro sufocado... com cada insegurança que sofres... com cada afastamento a que nos votas...

E mesmo assim, depois de tudo, continuámos a voar para dentro da nossa bolha e a deixar o tempo de lado...

E sei que tudo isto te assusta, passou o tempo... e continuas a resolver o passado em que te envolveste... e continuo a acreditar em ti, em quem és por dentro, muito antes de teres sofrido tudo o que sofreste, muito antes de tudo o que nos fizémos sofrer...

Tens ainda caminho a percorrer... uma viagem interior... e nas tuas viagens de sonho pelo mundo, no sonho que tornaste realidade, que mereces viver mais que ninguém, sei que vais encontrar o caminho de regresso a quem és... que vais re-encontrar o caminho de Casa!

Tu és, afinal, aquele que, aconteça o que acontecer, estará para sempre no meu coração e no meu pensamento.
Tu és, afinal, aquele que, aconteça o que acontecer, me fará ficar feliz apenas por saber que estás bem.
Tu és, afinal, aquele por quem irei sempre cuidar.
Tu és, afinal, aquele que, por tudo o que és, eu Amo.
Tu és, afinal, aquele que, aconteça o que acontecer, eu Amo.

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segunda-feira, abril 24, 2006

Montanha - Russa

Caminhei por montes verdes,
o Sol iluminou o meu caminho,
desci por vales fundos e
o Sol iluminando o meu caminho...
ousei pensar o Amor...

Subi ao topo desses montes e
vi o que há para além deles...
havia luz, vida, paixão e
Amor, desci o outro lado,
o lado sombrio da dor...

Caminhei horas sem fim,
o Sol iluminando o caminho,
vi vida, morte, luz e bréu,
e caminhei e vi tempestade
e nuvens negras de temor...

E caminhei mais ainda, e mais
p'ra dissipar o negrume do céu
e o que ficou foram gotas,
tímidas lágrimas de chuva,
lavaram as palavras duras...

E o que ficou...
ficou pelo caminho a dor,
ficou o bréu, o negrume...
e iluminou-se o caminho...
iluminou-se o Amor...

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quinta-feira, abril 20, 2006

À memória...

Não estive ontem no Rossio, nem em S. Domingos, mas acendi uma vela... à memória...
Para que não se deixe repetir o passado...

Amo a Liberdade,
por isso não posso esquecer,
Amo a Tolerância,
por isso deixo viver...

Respeito o Pensamento,
por isso deixo pensar,
Respeito a Fé,
por isso deixo acreditar...

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quarta-feira, abril 19, 2006

A Senhora

"O nosso verdadeiro nome comum era Nasi, o que significa príncipe. Infelizmente, desde aquela época, já não éramos príncipes, mas sim proscritos."Perseguida pela Inquisição, Beatriz de Luna, ou Gracia Nasi, nascida em Lisboa em 1510, é a mulher judia, jovem viúva de um banqueiro português (Francisco Mendes), que, herdeira de uma poderosa fortuna, vai pôr em marcha um dos mais impressionantes episódios da Europa seiscentista.Enfrentando o ódio dos Habsburgos e dos Papas, que a perseguem até à Palestina, ela é a força que irá proteger os cristãos-novos espoliados da Península Ibérica, à cabeça de um império comercial que, tal como o dos Fugger ou o dos Médicis, vergava a cabeça a reis, embaixadores e aristocratas.Expulsa sucessivamente de Lisboa, Antuérpia, Veneza e Ferrara (onde manda imprimir a primeira Bíblia traduzida para ladino — a célebre Bíblia de Ferrara), A Senhora personifica o êxodo singular dos Marranos, no contexto dos conflitos políticos, comerciais e religiosos da era humanista, num teatro onde se encontram as três grandes religiões do Livro, bem como o Oriente e o Ocidente.Uma das obras mais vendidas em França durante 1992, A Senhora é um notável romance histórico onde, tal como escreveu o Magazine Littéraire, "o mundo mediterrânico ressuscita com a luz, os seus perfumes, o esplendor e a desgraça dos marranos".

Este romance de Catherine Clément dá um fantástico exemplo da força de uma mulher.

Lembrei-me a propósito do Francisco José Viegas, porque há coisas que é preciso não esquecer...

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terça-feira, abril 18, 2006

O segredo que escondem...


A propósito do estado das coisas...

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Por-do-sol crepuscular

A Inês mostrou-me esta foto... é linda, não é?

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Born to be Wild...

Get your motor runnin'
Head out on the highway
Lookin' for adventure
And whatever comes our way
Yeah Darlin' go make it happen
Take the world in a love embrace
Fire all of your guns at once
And explode into space


I like smoke and lightning
Heavy metal thunder
Racin' with the wind
And the feelin' that I'm under
Yeah Darlin' go make it happen
Take the world in a love embrace
Fire all of your guns at once
And explode into space


Like a true nature's child
We were born, born to be wild
We can climb so high
I never wanna die


Born to be wild
Born to be wild


Words and music by Mars Bonfire


© MCA Music (BMI)All rights for the USA controlled and administered by
MCA Corporation of America, INC




Quero esta!

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domingo, abril 16, 2006

P'la areia à chuva...


Inês Coelho, Porto de Mós

E foi!

Foi assim que vi que tudo estava onde eu tinha deixado!

A areia, o mar... aquele espaço intemporal em que me encontro comigo, em que me reencontro com a Terra, o Sol, o Mar, com a minha natureza... A infinita pequenez que pensar o Universo em faz sentir...

Os passeios à beira mar, mesmo quando a chuva insiste em cair, continuam a lavar-me a alma... pés enterrados na areia a cada passo firme que dou... o delicado envolvimento das ondas nos meus pés... por instantes volto a sentir-me Una com o Universo... a sentir que tudo tem um lugar, um tempo, uma razão maior... Vivemos grande parte do tempo que temos neste lugar fantástico alheados da vida que nos rodeia e que continua a acontecer a cada instante que passa, numa corrida contra o tempo a tentar mais, a querer mais... tudo seria mais fácil se nos uníssemos ao tempo e saboreassemos cada instante!!

Depois... fica para depois...
Por mim, quero tentar essa união com o tempo... tentar viver (quase) sempre em paz...

E veio a noite, e nasceu um novo dia...

Sentada numa esplanada, debaixo do sol quente, a música que saía dos amplificadores daquele artista de rua enchia o ar, e a alma, e levou-me numa viagem bem longe voando, leve como águia, por montanhas e vales, em busca de novos mundos... e num sopro de vida, a Natureza presenteou-me com uma chuva de pétalas douradas tornando este momento mágico e inesquecível...

Bem hajam!

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sexta-feira, abril 14, 2006

Nocturnos de Rembrandt

Nada como uma viagem, mesmo que pequena... duas horas e meia de carro... em noite de Lua Cheia... para recuperar energias!!

A Lua lembrava um quadro... os Nocturnos de Rembrandt... Grande, Luminosa, Vermelha, ligeiramente encoberta pela neblina do início da noite... melhor seria dizer que Rembrandt conseguiu retratar na perfeição a intensidade de noites assim... Seja!

Deliciosamente tentadora! Apetece voar... abraçar a Lua com toda a força!!

E chegar ao destino, e verificar que apesar de ter havido mudanças, progresso (se é bom, ou mau, é discutível...)... dizia eu, e constatar que está tudo no mesmo sítio, apesar de tudo!

Jantar tardio, no restaurante do costume,... Camarão com Piri-Piri para recuperar da viagem e um delicioso vinho branco, bem fresco.

A mesma avenida, o mesmo centro, os mesmos rostos.

Amanhã de manhã, vou ver... confirmar se não me enganei... é daquelas antigas vilas piscatórias, que apesar de estar muito diferente de há 25 anos atrás mantém ainda um charme... venho cá quase todos os anos... recuperar energias, respirar o mar, sentir a areia áspera nos dedos dos pés nos longos passeios à beira mar... a praia deserta, apenas um grupo de pescadores na lida... e as gaivotas a planar, por vezes picando sobre o mar, para logo em seguida rasgar o céu em direcção ao sol, triunfantes!

Tudo parece tão perto, e tão distante... todas as recordações que trouxe na mala, todas as que não consigo deixar em casa sozinhas... todas as que também sou eu!

Brindo, como sempre, à Vida!

Bebo de um só trago, ou em golos pequeninos, tudo o que me tem oferecido!
As coisas boas dedico-as aos que amo! As coisas difíceis, devagarinho... transmuto..., retiro delas a beleza, e dedico-a aos que amo!

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quinta-feira, abril 13, 2006

Se... é tempo!

Se tudo tivesse sido diferente,
então nada teria sido como foi!

Se nada tivesse sido como foi,
então nada seria como é!

Se nada fosse como é,
então nada seria como será!

Se... Se...
Se...
Se...

Mas tudo aconteceu como foi!
E tudo é o que é!
E tudo será o que será!

E mesmo que não se perceba,
ou mesmo que se perceba...
tudo é o que é!

É tempo!
De deixar os "ses" no passado!

É tempo!
De soltar as pilastras do passado!

É tempo!
De agir!
De não chorar sobre leite derramado!

É tempo!
De assumir escolhas e viver no presente!

É tempo!
Porque o tempo não tem mais tempo!
Porque o que foi não volta a ser!
Porque o tempo é Hoje!

É tempo! É tempo!
É tempo de Escolher!
É tempo de Decidir!
É tempo de Fazer!
É tempo de Agir!
É tempo de Ser!

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quarta-feira, abril 12, 2006

Não sei

Não sei... se a vida é curta...

Não sei...
Não sei...

se a vida é curta
ou longa demais para nós.

Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que sacia,
amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo:
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira e pura...
enquanto durar.

Cora Coralina

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terça-feira, abril 11, 2006

Ser Feliz ... de novo!

Recupero um post que publiquei em Janeiro no Psique e o Amor...

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar
irritado algumas vezes, mas não esqueço
de que a minha vida é a maior empresa do mundo,
e que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena
viver, apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vitima dos problemas
e tornar-se um autor da propria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser
capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma critica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

Fernando Pessoa

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Silêncio...

E do amor se fez silêncio,
E da paixão se fez dor,
E do silêncio se fizeram lágrimas...
E da liberdade se fez prisão,
E do princípio se fez fim,
E do sonho se fez pesadelo,
E do tempo se fez eternidade,
e da eternidade se fez silêncio.

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segunda-feira, abril 10, 2006

Anjo Borboleta

Voas bem alto borboleta,
voo de liberdade frágil
carregas em asas delicadas
o polén de amor vacilante
meu anjo borboleta cuida
que já queima este sol altivo...

Plana ao sabor da brisa
gentil pra junto de mim
e enquanto eu durmo
delicadamente pousa
teu ser de amor candente...

Quando ao acordar um dia
sentir calor no coração
vou saber que foste tu,
borboleta, minha paixão,
que velaste pelo meu sono.

Cuido de longe enquanto voas
E nos meus sonhos zelo por ti
Voa borboleta anjo lindo
Faz eterna a tua visão
Do amor e do amar pleno.

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quinta-feira, abril 06, 2006

Palavras

Palavras gastas, gastas palavras
Amarrotadas nas mãos do destino,
Jogadas no relento da noite,
Devoradas de um trago contínuo.

Palavras sentidas contidas
Em espessa névoa enebriante,
Intensas emoções vividas
Em profundo carmin escaldante.

Palavras cheias de tudo,
Promessas vazias de nada,
Intermináveis diálogos
Em desabrochar constante.

Palavras arrastadas no tempo,
de tempo em tempo palavras agidas,
Incessante vai-vem suspenso que
Em palavras vagas é vivido.

Vagas de palavras pensadas,
entrecortadas p'lo sentir,
vagas palavras arrancadas,
bem veladas, pressentidas...

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Solar X-rays:

Geomagnetic Field:
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