sexta-feira, junho 29, 2007

Flutuo

Flutuo
Consigo deslindar o meu gosto sem esforço
Balanço é o que a maré me dá
E eu não contesto
O meu destino está fora de mim
Eu aceito
Sou eu despida de medos e culpas
Confesso

Hoje eu vou fingir
Que não vou voltar
Despeço-me do que mais quero
Só para não te ouvir dizer
Que as coisas vão mudar
Amanhã

Flutuo
Consigo deslindar o meu gosto sem esforço
Balanço é o que a maré me dá
E eu não contesto
Amanhã pensar nisso sempre me dá mais jeito
Fazer de mim Pretérito Mais Que Perfeito.

Hoje eu vou fingir
Que não vou voltar
Despeço-me do que mais quero
Só para não te ouvir dizer
Que as coisas vão mudar
Amanhã
Amanhã

Hoje eu vou fugir
Para não me dar a vontade de ser tua
Só para não me ouvir dizer
Que as coisas vão mudar
Amanhã
Amanhã
Amanhã


Susana Félix



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quinta-feira, junho 21, 2007

Solstício de Verão


Foto por Inês

Primeiro dia de Verão, o dia do ano em que o Sol se põe mais tarde...

Simbolo de renovação, de conhecimento e veneração das estações, da cúpula celeste... do Sol e da Lua...

Carpe Diem

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quinta-feira, junho 14, 2007

O pavão Simão

- Quem és tu? O que procuras aqui? - Perguntou com alguma curiosidade o Simão, um pavão azul indiano, nascido e criado em Portugal, ao ver o interesse daquela meia dúzia de humanos pela sua brilhante plumagem azul e verde, de máquina fotográfica na mão, na esperança de assistir, a pedido, às suas penas levantadas em forma de leque na direcção do céu.
Afastou-se um pouco, empoleirou-se numa antiga varanda, deixando a sua comprida cauda colorida descair como um manto, permitindo-lhe uma melhor visão sobre os seus domínios e os seus concorrentes.




Decidiu deixar-se fotografar de perto, fez até pose... pensando o quão vaidoso se tinha tornado com tanta atenção que os humanos lhe prestavam… mas aquelas penas, delicadamente desenhadas e tão cobiçadas, tinham um intuito específico, e muito mais importante do que torná-lo belo, ou talvez por isso o tornassem belo… afinal de contas tinha nascido pavão! Um pavão que se preze de pertencer à espécie tem que se manter em forma e cuidar das penas! E pensando bem, levantar as penas da cauda em leque e abaná-las tão energicamente que até faziam som exigia um esforço tão grande, deixavam-no tão cansado, que só um motivo bem mais elevado, e recatado, o inspiraria…
Mas a Primavera tem destas coisas e apesar da presença dos humanos, visitas diárias daquelas ruínas, há coisas que não se podem mudar...

A Shah e a Shirah, duas das fêmeas que por ali circulavam, subiram para o telhado, e com alguns estridentes gritos, chamaram-lhe a atenção. Simão respondeu ao apelo e no exíguo espaço recatado do telhado começou uma dança de corte para ambas. Elas assistiam à vez àquela dança milimetricamente planeada, trocando comentários entre si… afinal de contas, cabia-lhes o peso de decidir se Simão seria o pai adequado para a geração seguinte! Enquanto isso Simão continuava a dança, majestosamente esticando e dobrando as penas da cauda sobre si, abanando-as, girando sobre o seu corpo, ilusoriamente aumentado pelo volume das penas.
- Estão a ver as minhas penas? Como são bonitas, brilhantes e grandes? Como protegem o meu corpo? E já viram a força que tenho para abana-las no ar?
Alguns humanos assistiam em silêncio àquele momento magnífico, as crianças de olhos esbugalhados apontavam em sussurro “Que bonito!”


Para Shah e Shirah a corte não terminará hoje, e Simão sabe terá que provar que ele é o melhor candidato a pai da geração seguinte, apesar dos olhares de admiração dos humanos, das fotografias…
A mim, restou-me agradecer-lhes ter assistido a todo o ritual! Afinal, encontrei o que nem sabia que procurava... ainda há coisas neste mundo que não mudam…

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terça-feira, junho 05, 2007

O poldro e a andorinha



- Bom dia Sra. Andorinha! – disse o poldro acabado de acordar.

- Bom dia Basílio – respondeu a andorinha enquanto voava perto dele para devolver o cumprimento.

Já tinha desenvolvido amizade com as andorinhas que sobrevoavam a quinta de manhãzinha. Tinham nascido naquele ninho onde se via a cabeça de uma andorinha que ainda não tinha tido coragem para se aventurar fora do ninho, cuidadosamente construído no tecto em cima de uma caixa de electricidade, para o manter quentinho durante o inverno,... o mesmo estábulo em que ele tinha nascido cerca de um ano antes!

Agora aproveitava os suaves raios de sol da manhã para travar conversa com os animais da quinta, as andorinhas, os gatos Listado e Malhadinho e os dois cães de caça, ainda cachorros, de orelhas compridas que passeavam animadamente pela quinta. Era a vantagem de ser ainda um poldro... O Salpico era o irreverente (uma vez deitou um senhor ao chão partindo-lhe o nariz), ficava muitas vezes no estábulo, sempre atento a qualquer movimento. Ao todo eram 7 cavalos lusitanos que viviam no estábulo, incluindo o Basílio.

A Mimosa, uma velha égua tordilho, com 13 anos de histórias para contar, estava no prado com o Napoleão, o paciente cavalo castanho, que resignadamente se deixava selar e montar pelos turistas inexperientes, mas sedentos de dar um passeio a cavalo pela quinta – como fazia a Mimosa anos antes – pela mão do Vladimir, que tentava, entre o português e o ucraniano, ir mantendo uma conversa interessada com os cavaleiros. Aos mais novos perguntava como estava a correr a escola, e aos mais velhos perguntava pelo trabalho, falava da família que tinha deixado na Ucrânia, dos filhos, enquanto tranquilizava o Napoleão para que não saísse a trote quando sentia o cavaleiro mais à vontade na garupa.

Nisto passava Basílio os dias, entre as conversas com as andorinhas e os outros animais, e a rotina do estábulo, aprendendo com Napoleão para um dia poder também passear pela quinta, deixando saudades nos cavaleiros que por ali passavam uns dias de descanso merecido, entre vários hectares de árvores e o chilrear dos pássaros jovens que tinham nascido no despontar da primavera.


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sexta-feira, junho 01, 2007

Amor-Perfeito



O Amor-Perfeito é!

Agora perfeito perfeito, é poder estar com os amigos tão à vontade como se estivesse sozinha, com a vantagem de estar acompanhada!

E hoje é dia de a criança que há em mim rumar a outras paragens para uma pequena escapadela de fim de semana... biquini, toalha, chinelos e pouco mais... já está tudo na mala.

Ainda falta muito?

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