quinta-feira, março 02, 2006

Sobre a Cidade

Doía-me amar-te tanto,
e lembrar-me de tudo o que não eras tu,
consumir-me em quase loucura,
porque eras quase o mundo, todo,
e tudo o mais que eu imaginava,
flutuando sobre a nossa cidade,
tentando voar de mãos dadas.
Mas esqueci-me de ti,
e eu, lembrança efémera,
que ardeu contigo,
consumidos em fogo ardente, avassalador.
Vazios de tudo e cheios de nada,
definhamos por momentos, intermináveis,
tentando saber quem éramos, se sozinhos,
se tocando o rio com as nossas mãos,
limpando os salpicos com beijos.
E descendo o rio, não eras tu ao dobrar da esquina,
era eu, nascendo naquele momento,
renascendo de cinzas, já esquecidas
e agora voando, com o vento,
sobre a cidade, como nós.

Daniel Costa-Lourenço

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

muito obrigado por ter escolhido este meu texto. um abraço

segunda abr. 03, 04:02:00 da tarde 2006  

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